A ultima publicação em nosso blog foi em 2012. Isso não significa
que durante o restante do ano e em 2013 não houveram mais realizações
culturais, artísticas e atividades educacionais dignas de serem publicadas
aqui. Algumas delas simplesmente não foram documentadas e outras simplesmente
não foram expostas. Isso ocorreu principalmente por falta de tempo de estar
aqui trazendo novidades. Em 2014 pretendo mudar esse quadro com novas
publicações e resgatando eventos culturais, atividades artísticas e produções
realizadas em 2013 para vocês.
Duas dessas atividades ocorreram em 2013. A primeira
delas foi a minha participação em um evento cultural na UNIVASF de Senhor do
Bonfim, Bahia. Esse evento, realizado em meados de 2013, se tratava de uma
semana de palestras para os calouros e ao final seria realizado um evento
cultural com diversas personalidades da cultura Bonfinense.
Apesar de não ter nascido em Senhor do Bonfim, estou
residindo no município faz alguns anos. Desse modo me tornei conhecido por
alguns, entre estes por minha amiga e organizadora do evento, Maria de Fátima. Concluinte
do curso de Licenciatura em Ciências Naturais pela mesma instituição.
|
Maria de Fátima aparece ao lado de seu professor e está usando um vestido azul estampado |
A ideia o encontro era que os grupos culturais se
apresentassem em vários locais do pátio de entrada. Alguns deveriam se
apresentar ao mesmo tempo. Como foi meu caso, que durante as três horas do
evento estive realizando um desenho de criação. Também levei alguns desenhos em
menor escala que ficaram a disposição do público e alguns de meus cordéis para
a venda. A cada três cordéis comprados a pessoa fazia parte de uma lista para o sorteio do desenho que eu estava realizando ao final do evento.
O mesmo
contou com a participação de nomes conhecidos da cultura Bonfinense, como o cordelista
e artista circense Zumar Sérgio.
|
ZUMAR SÉRGIO - CORDELISTA E ARTISTA CIRCENSE |
DESENHO
DE CRIAÇÃO NA UNIVASF DE SENHOR DO BONFIM
Depois
de conhecermos um pouco sobre a ideia do encontro, gostaria de apresentar para
vocês como foi meu processo de criação do desenho, desde a ideia para o tema,
técnica, até a arte final.
|
FASE INICIAL |
|
|
Antes
da criação do desenho comecei pensar sobre o tema. O que gostaria de retratar? Então
pensei comigo: “Como se tratava de um evento cultural onde personalidades da
cultura Bonfinense estariam presentes, apresentando músicas, poesias, causos,
etc, a temática do semiárido estaria presente, assim, nada mais apropriado do
que retratar um tema tipicamente Nordestino. Desse modo, a primeira ideia que
tive foi realizar um desenho de criação de um sertanejo. Ele deveria ter traços
que indicassem a lida no campo, como o rosto marcado pelo tempo e o sol forte
do sertão. Por isso decidi fazê-lo com chapéu de couro, jaleco e uma camiseta
velha e enrugada. Indumentária típica de quem lida com o trabalho duro na roça.”
Pensei
também em mais um elemento típico e vital para ressaltar a qualidade gráfica da
obra: um cigarro artesanal muito comum entre os homens do campo. A fumaça o calor do fogo retratados acentuariam o jogo
de claro-escuro do desenho chamando mais a atenção do público para esse efeito
que se destacaria.
O desenho
seria realizado em grande escala e a técnica seria carvão. Justamente pela sua versatilidade,
rapidez e facilidade na realização. O
suporte escolhido foi o papel cráfit, popularmente conhecido como papel metro. Sua
cor trás uma atmosfera envelhecida ao desenho e sua resistência e durabilidade
em contraste com os papeis brancos também contribuíram para a escolha do mesmo.
Para
facilitar o processo de realização do desenho, primeiramente realizei o esboço
em casa. Ou seja: a primeira parte do desenho que é a parte linear. Onde se
estuda a proporção: a disposição do elementos do desenho que se concentram nas
alturas, larguras e dimensões relativas para um desenho equilibrado. Evitando distorções
como: crâneo truncado (distorção do tamanho da cabeça), partes tortas e
diferenças exageradas de tamanhos de olhos, boca, entre outros. Antes disso
escolhi o tamanho do papel, marquei as margens e recortei no tamanho desejado. Para
sua fixação na prede utilizei uma fita crepe que colei sobre a parede, em
seguida fixei o papel com fita banana e colei fita banana sobre a fita crepe
que estava colada na parede. Isso porque a fita banana é um adesivo muito
resistente e poderia descascar a tinta da parede depois de ser removida.
Quando
cheguei na UNIVASF eu já tinha o esboço pronto. A partir daí comecei a marcação
das sombras.
|
01 |
|
02 |
|
03 |
Inicialmente
comecei com a marcação o fundo. Para isso utilizei o carvão mais grosso devido
a grande área a ser preenchida. Escurecer o fundo consistia em manchar de forma
que nesse processo não aparecessem riscos. Riscar é bem diferente de manchar. Riscar
significa fazer traços e manchar significa preencher um determinado espaço sem
que apareçam linhas e fissuras entre elas. Como eu teria pouco tempo para finalizar
o desenho comecei a manchar de modo rápido sem me preocupar com um esfumato
delicado e mais coeso, técnica bastante utilizada no desenho com o lápis para
criar efeitos mais realistas de profundidade.
Tive
que me preocupar também nesse processo inicial com a marcação da fumaça do
cigarro, pois para dar um efeito de maior realismo eu deveria me concentrar nas
passagens de tons, ou seja, o claro-escuro.
Em seguida,
como vocês poderão notar nas figuras 04, 05, 06 e 07, comecei a marcação das
sobras do rosto. Geralmente começo a marcação dos olhos, nariz e boca por serem
os elementos principais do rosto e por me darem uma ideia dos tons que deverei
usar no restante da face. Depois de marcar as sombras dos elementos principais
da face parto para as sombras mais escuras do rosto, como a sombra da testa
produzida pelo chapéu, como vocês poderão notar nas figuras 04 e 05. Na sequência
vem o cabelo, bigode, cigarro e as demais partes da face, como rugas, entre
outros.
|
04 |
|
05 |
|
06 |
|
07 | | | |
Depois
da face comecei uma pequena marcação de sombras nas roupas e no chapéu para facilitar
minha visão dos outros tons.
|
08 |
|
09 |
|
10 |
|
11 |
|
12 |
|
13 |
|
14 |
|
15 |
|
16 |
|
17 |
Nessa fase do trabalho fui procurando dar mais
profundidade e reforcei os tons. Para sombrear, primeiro eu manchava o desenho,
depois esfumava com os dedos criando as passagens mais suaves de tons e
reforçava nos locais onde considerava com menos intensidade. O resultado da
presente fase é o que vocês podem ver na figura 17.
Na sequência, nas figuras 18,19 e 20, fui acrescentando
detalhes, tais como: fios de cabelo, realizados com borracha branca e linhas
com o carvão; reforcei a fumaça, a chama e os detalhes do papel amassado o
cigarro.
Para criar a ilusão de fogo aceso no cigarro era preciso
cirar várias passagens de tons, passagens bem suaves e depois escurecer
bastante nos locais onde a chama estaria acesa criando um contraste entre as
zonas suaves e mais intensas. Isso cria a ilusão de fogo. Para detalhar os
cabelo cortei pedaços de uma borracha e fazia traços onde desejava para imitar
os fios brancos ou iluminados. Depois utilizei os pedaços de borracha no chapéu
para criar cortes e imitar o envelhecimento do mesmo. Nos olhos tracei as
linhas da íris com a borracha e tracei linhas com carvão para destacar o
brilho. Também suavisei e reforcei os tons da camisa e do jaleco de couro.
|
18 |
|
19 |
|
20 |
|
21 |
O resultado do trabalho vocês podem ver na figura 21. A ultima imagem desse evento trás ao meu lado a ganhadora do sorteio do desenho.
DESENHO DE CRIAÇÃO REALIZADO NO IF BAIANO (IFBA) EM SENHOR DO BONFIM
No mesmo ano, algumas semanas depois, foi realizado um
evento semelhante na semana em que os calouros do curso de graduação do IF
Baiano foram recebidos. Novamente fui convidado para participar do encontro por
Maria de Fátima, que também foi a organizadora de todo evento.
Novamente segui processo semelhante de criação utilizando
as mesmas técnicas. Na sequência mostrarei o resultado de todo processo.
Nas primeiras quatro imagens vocês podem perceber o
processo de criação do esboço. Nessa fase vamos construindo o desenho através
de erros e acertos até o resultado desejado. Por fim, como vimos anteriormente,
partimos para a marcação das sombras, inicialmente pelo fundo.
|
23 |
|
24 |
|
25 |
|
26 | | |
|
27 |
|
28 |
|
29 |
|
30 |
|
31 |
|
32 |
|
33 |
|
34 |
|
35 |
|
36 |
|
37 |
|
38 |
|
39 |
|
40 |
|
41 |
|
42 |
|
43 |
|
44 |
|
45 |
|
46 |
|
47 |
|
48 |
|
49 |
|
50 |
|
51 |
|
52 |
|
53 |
|
54 |
|
55 |
|
56 |
|
57 |
|
58 |
|
59 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário