sábado, 17 de dezembro de 2011

ANJO DO AMOR




Vem meu anjo, meu ser vigente
Menino e gente, criança e flor
Divindade dos campos, criador dos prantos
Imortal dos encantos, anjo do amor

Vem meu anjo, meu ser alado
Arqueiro encantado, artista e pintor
Condutor da magia, enleio de euforia
Maldade de alegria, anjo do amor

Vem meu anjo, meu ser produz
Inefável de luz, carismim e olor
Dália dos bregas, carmesim das pedras
Crismar sem pregas, anjo do amor

Vem meu anjo, meu ser febril
Criado sutil, amante e autor
Ninfeu dos correntes, cantor dos tementes
Ladrão dos prudentes, anjo do amor

Vem meu anjo, meu ser cravado
Alvo odiado, choro e dor
Masoquista das flores, arco de desamores
Imortal dos dolores, anjo do amor


          Quando falei a respeito da criação do poema "Janela Poente" abordei a questão da inspiração falando pra vocês que existem dois tipos de inspiração: a espontânea e a induzida. Só relembrando: a espontânea é aquela que surge naturalmente, já a induzida é aquela necessita de alguns mecanismos para que possamos entrar nesse estado. Isso pode levar mais tempo no processo para a conclusão de uma obra.
          Nesse poema: "Anjo do Amor", tudo surgiu espontâneamente, apesar de sua complexidade em relação a métrica, a organização dos versos e a rima. Foi como se alguém tivesse ditado pra mim.
           Geralmente quando escrevo um poema eu não costumo julgar minhas ideias. Escrevo tudo que vem a minha mente para preservar a verdade interior, em seguida guardo o que escrevi e deixo hibernar. Depois de certo tempo eu abro minha gaveta e vou ler o que fiz. Isso vai me ajudar a perceber se o que escrevi de fato é relevante, se não for eu descarto ou altero algumas partes preservando o que tenha ficado bom, também guardo o que escrevi preservando algumas ideias, frases ou versos que eu possa utilizar no futuro. Tudo serve como uma espécie de arquivo para trabalhos posteriores.
             O poema Anjo do Amor nasceu assim: certo dia eu tive uma inspiração. Na minha mente vieram alguns versos  e eu escrevi imediatamente sem julgá-los. Esses versos  surgiram de forma clara unidos a uma reflexão mais atenta e aprofundada através de um senso maior das coisas. Pouco depois de concluir eu guardei o que havia escrito para não ser enganado por uma opinião pessoal positiva baseada em um encantamento efêmero. Depois de algum tempo, ao rever a poesia, percebi que ela estava praticamente pronta, tendo que realizar poucas alterações.
            
         

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